Estamos nos aproximando do maior evento de varejo do mundo, a NRF 2023 Retail’s Big Show, que acontece em breve, dos dias 14 a 17 de janeiro, em Nova York, nos EUA. Como sempre, a NRF é uma ótima oportunidade para conferimos as tendências mundiais do varejo e entendermos como podemos adaptá-las ao nosso mercado. Recentemente, colaborei para uma reportagem sobre as expectativas da feira para o Diário do Comércio e trago para cá, resumidamente, alguns pontos que considero importantes para estarmos atentos. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Em breve, eu e mais alguns especialistas do varejo faremos as malas para trazer informações fresquinhas sobre as tendências mundiais do varejo em destaque na NRF 2023. Mas, para nos prepararmos, reuni algumas pistas sobre o que acreditamos que será o foco da feira.

QUEBRA DE PADRÕES NAS TENDÊNCIAS MUNDIAIS DO VAREJO

Um dos temas importantes é a quebra de padrões, sejam eles padrões de modelos de loja, padrões normativos ou até mesmo padrões e crenças antigas do varejo. Trago aqui alguns pontos importantes para ficarmos de olho:

– Produtos usados: O comércio de usados também é tendência, e não somente de roupas, mas de produtos eletroeletrônicos, fortalecendo a economia circular

Economia circular: A economia circular é um conceito econômico que faz parte do desenvolvimento sustentável e se contrapõe à economia linear. Este modelo, propõe que produtos sejam aproveitados ao máximo, seja em matéria de reuso ou de reciclagem. O importante para a economia circular, é manter em mente um reaproveitamento que mantenha os materiais no ciclo produtivo.

Trago como exemplo a força dos usados da The RealReal Inc. Fundada em 2011, com sede em São Francisco (CA), a loja, que vende roupas consignadas, joias, relógios, obras de arte e artigos para decoração on-line e off-line, está bombando.

Também podemos pensar na Macy’s, gigante do varejo, que por força da economia circular, assim como a inflação provocada pela pandemia, levou a rede de lojas fundada em 1858, em Nova York, a vender roupas usadas. A varejista também criou o que chama de Macy’s Backstage, espaço em suas lojas para vender roupas, bolsas, brinquedos, utilidades domésticas, produtos de beleza com preços menores. Os clientes poderão fazer compras de luxo a preços baixos, tudo sob o mesmo teto.

– Lojas menores: No mundo e aqui no Brasil, a tendência é de as empresas abrirem lojas menores.

Temos exemplos como a Target, fundada em 1902, a segunda maior rede de lojas de departamento dos Estados Unidos, atrás do Walmart, que seguiu este caminho: Das 30 novas lojas que abriu em 2020, 29 tinham um formato menor.

A Barnes & Noble é outro exemplo. Abriu 16 novas lojas em 2022 e planeja abrir outras 30 neste ano também em formatos menores, incluindo uma flagship em Nova York.

No Brasil, vemos a mesma tendência, principalmente em supermercados. As redes Pão de Açúcar Minuto e Oxxo, são exemplos disto.

Grandes marcas estão lançando lojas menores, aplicando o conceito de varejo de vizinhança. O que o cliente não encontra, a loja manda entregar em casa.

– Inteligência artificial: O uso de inteligência artificial aplicada no atendimento e na operação de lojas também tende a crescer, assim como o uso de self checkouts, máquinas que permitem que o cliente registre os produtos e pague pela compra, sem o auxílio de operadores de caixa.

Os self checkouts devem aumentar muito em redes de supermercados e também em outros setores, como farmácias e empresas de alimentação. Com o padrão 5G para redes móveis e banda larga, as tecnologias ligadas à operação de loja tendem a ficar mais automatizadas.

Os lojistas conseguem controlar abertura e fechamento de loja, iluminação, segurança, comportamento de clientes e gerar sugestões para melhorar o sortimento e as vendas. É preciso se espelhar mais nos raciocínios industriais para melhorar processos e buscar eficiência e se perguntar: O que dá para ser automatizado, o que dá para centralizar em uma rede?

Reuni também alguns destaques de opiniões de grandes especialistas do varejo sobre as tendências mundiais do varejo que acreditam que serão assunto na NRF 2023.

– Melhorar as experiências do cliente: as tendências mundiais do varejo estão “back to basic”, ou seja, voltando ao arroz com feijão, como aponta Luís Lobão, consultor de varejo. O objetivo de reduzir o atrito na jornada de compra voltará a ser o foco. Projetos como membership (filiação) também devem ganhar espaço.

– Melhorar processos que deem resultados em curto prazo: para Lobão, ao melhorar os processos, o fluxo da loja tende a aumentar, aumentando as vendas e, quem sabe, com um pós-venda eficiente, aumentar até mesmo uma recompra, fidelizando o cliente. Há também uma maior preocupação com a mão de obra qualificada.

– Varejo popular: já para Marcos Hirai, CEO da Omnibox, podemos usar a NRF como inspiração, mas sempre lembrar das particularidades do mercado brasileiro. Para ele, o que veremos é uma forte tendência de fortalecimento do varejo popular, principalmente com programas do novo governo voltados para distribuição de renda e geração de empregos.

– Desapego de modelos padronizados de lojas: diferente do que acontecia, de um modelo único de loja, os varejistas agora buscam considerar o entorno, as comunidades e os produtos tenderão a ser adaptados aos locais, é o que acredita Camila Salek, fundadora da Vimer. Para ela, o conceito de flagship store estará em alta.

Flagship store: se trata de uma loja que permite ao cliente ter uma experiência de compra em um ambiente diferenciado, amplamente remodelados.

– Quebra de regras tradicionais: Camila também destaque que para se antenar nas novidades, a tendência é que lojas abandonem conceitos como gênero de roupas, padrões normativos etc.

– Ótica da experiência: Ricardo Pastore, coordenador e professor do Núcleo de Varejo da ESPM, destaca a importância de olhar para o varejo pela ótica da experiência, colocando o cliente no centro.

E você? O que espera em matéria de tendências mundiais do varejo no maior evento de varejo do mundo? Conte para a gente nos comentários!

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