Todos os anos recebemos pesquisas sobre os resultados do varejo nacional, que funcionam como termômetros para o setor. Mas é importante entendermos que os números das pesquisas refletem uma média de diversas empresas e que é de extrema importância para o varejista calcular ele mesmo seus próprios resultados. Por isso busquei, em meu canal no YouTube, desmistificar a DRE – Demonstração do Resultado da Empresa – e mostrar o quanto estes resultados são importantes para toda a equipe, inclusive para os profissionais de prevenção de perdas. Abaixo explicarei como calcular sua DRE e entender o impacto das perdas sobre eles.

A DRE – Demonstração do Resultado da Empresa – é uma soma de diversos valores coletados na empresa. Entre estes valores, estão também as perdas e é através da DRE que conseguimos medir o quanto as perdas afetam os lucros. Pensando nisto, descrevi como realizar a Demonstração do Resultado da Empresa e apontei em que ponto entram as perdas.

A primeira coisa que precisamos entender, é que a Demonstração do Resultado da Empresa deve ser estruturada em uma sequência de valores:

  1. Receita total: a receita nada mais é do que o faturamento da empresa. Além do faturamento com vendas, também podem entrar na receita total vendas para ações de marketing, acordos comerciais ou vendas de outros itens;
  2. Impostos: da receita total, serão debitados os impostos pagos pelos varejistas, pois eles estão diretamente ligados ao valor da receita total;
  3. Receita líquida: é o resultado da receita total menos impostos, também conhecido como faturamento líquido; é deste valor que serão subtraídas as perdas, conforme o modelo da Abrappe;
  4. CMV – Custo por Mercadoria Vendida: é o valor de cada mercadoria comprada pelo varejista para depois ser posta a venda; este valor será debitado da Receita líquida;
  5. Custo operacional: é tudo aquilo que envolve a venda do produto, como folha de pagamento de funcionários. Ele costuma ser diminuído da Receita líquida juntamente ao CMV, mas algumas empresas preferem diminuir em outro momento;
  6. Lucro bruto: é o resultado da conta receita líquida menos CMV e Custo operacional. O Lucro Bruto significa o lucro sem as despesas;
  7. Despesas: diferente do Custo operacional, as despesas são os gastos que a empresa tem em seu funcionamento, como aluguel, energia elétrica etc. Podem ser fixas ou variáveis. Elas serão debitadas do lucro bruto para chegar ao lucro líquido.
  8. Lucro operacional: é o lucro da empresa antes de debitar as perdas, o IR e o CSLL;
  9. Perdas e Prejuízos: são os prejuízos e perdas identificadas pelos profissionais de prevenção de perdas, é aqui que entram as equipes que irão identifica-las e mostrar seu impacto sobre os números. Ao reduzir as perdas, o varejista chega, então, ao resultado líquido de sua empresa;
  10. IR – Imposto de Renda: é um tributo federal aplicado anualmente sobre a renda e deve ser diminuído do lucro operacional, pois é sobre ele que o imposto incide;
  11. CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: é um tributo federal brasileiro que incide sobre o lucro líquido do período-base, antes da provisão para o Imposto de Renda e será também diminuído do lucro operacional;
  12. Resultado líquido: também chamado de lucro líquido, é o valor final que mostra qual o lucro real do varejista, já debitando todos os gastos envolvidos em seu negócio.

Com estes itens, os varejistas conseguirão calcular sua DRE – Demonstração do Resultado da Empresa – e aí poder comparar com os resultados das pesquisas. Sempre digo que é fundamental que os varejistas conheçam seus próprios números e que usem os valores das pesquisas como benchmark para entender em que ponto está sua empresa, se está acima ou abaixo da média de lucro nacional.

Para conferir uma explicação mais detalhada da DRE – Demonstração do Resultado da Empresa, assista o vídeo. Lá mostro ponto a ponto como calcular e dou mais dicas sobre o assunto.