No episódio 16 do podcast PDV, convidamos Thoran Rodrigues, CEO da Big Data Corp, para discutir o crescimento e o panorama do comércio eletrônico no Brasil. A conversa revela insights sobre o e-commerce brasileiro, seu crescimento durante a pandemia, a importância das mídias sociais e marketplaces, mudanças nos hábitos de compra e muito mais.

A pandemia teve um impacto significativo nas compras pela internet no Brasil, forçando mesmo os compradores mais desconfiados a se renderem ao comércio eletrônico. A chegada de novos consumidores impulsionou o e-commerce em 2020, consolidando-o como um setor em crescimento constante. O Brasil lidera a América Latina em número de sites de e-commerce, com mais de 10% dos sites nacionais dedicados a vendas online.

Crescimento do e-commerce no Brasil

Thoran Rodrigues menciona que a Big Data Corp monitora sites de todo o Brasil e observou um crescimento notável no número de sites de e-commerce. Em julho de 2020, havia cerca de 1,34 milhão de sites de e-commerce no Brasil, e esse número cresceu para mais de 1,6 milhão no final do ano, um aumento de mais de 20% em apenas seis meses. O e-commerce está se expandindo mais rápido do que o total de sites no país, representando mais de 10% de todos os sites.

Uma tendência interessante é a proporção de sites de e-commerce que são pequenos, médios e grandes. A maioria esmagadora das lojas é pequena, com até 10 mil visitas por mês, mas a pesquisa revela um aumento na proporção de sites maiores, que recebem mais de 500 mil visitas por mês. Isso indica que o crescimento do e-commerce não se limita apenas às grandes empresas, mas também beneficia as pequenas e médias.

Outra descoberta interessante é que as empresas de e-commerce no Brasil são geograficamente concentradas, especialmente em São Paulo, representando mais de 50% do total. A concentração geográfica está relacionada à infraestrutura necessária para operar negócios online, como centros de distribuição e logística.

Impacto da pandemia no e-commerce brasileiro

O crescimento do e-commerce durante a pandemia se deve ao fato de que as pessoas foram obrigadas a fazer compras online devido às restrições e ao fechamento de lojas físicas. Isso resultou no aumento do volume de transações e na expansão da base de clientes.

Durante a pandemia, houve um aumento significativo de compradores de primeira viagem, juntamente com uma mudança nos hábitos de compra. Pessoas que nunca haviam comprado online começaram a fazê-lo, e algumas compravam produtos para outras pessoas. Isso demonstra a flexibilidade dos consumidores em adotar o e-commerce.

Mídias sociais, Marketplaces e Aplicativos

As mídias sociais desempenham um papel crucial no e-commerce, servindo como um canal de publicidade, atraindo clientes de forma eficaz e interagindo com eles. As mídias sociais também influenciam a decisão de compra dos consumidores, que verificam fotos, comentários e resenhas antes de comprar produtos online.

Os marketplaces são fundamentais para a descoberta de novas lojas e produtos, mas apresentam desafios para os varejistas individuais, uma vez que perdem o relacionamento direto com os clientes. Portanto, muitos varejistas optam por ter suas próprias lojas online para construir relacionamentos e fidelizar os clientes.

Sobre os aplicativos de entrega, Thoran explica que  alguns varejistas, especialmente no setor de restaurantes, começaram a desenvolver seus próprios aplicativos como uma reação ao custo das plataformas de entrega. Isso permite que eles mantenham o controle sobre o relacionamento com o cliente e evitem a concorrência direta com outros vendedores no mesmo marketplace.

Um bate-papo abrangente do cenário do comércio eletrônico no Brasil, valioso para quem deseja entender o impacto e o potencial da área.